Feridas por todo o lado,
Lutava muito naquela altura,
Tinha uma vida muito dura.
Quase me levaram o braço,
Não sei como é que faço
Para fugir à cachorrada,
Acho que só à porrada.
Mas isso me deixa doente,
Meu aspecto assustava muita gente
Que me afugentava à vassourada
E tinha que me fazer à estrada.
Me abrigava debaixo do carro,
Andava sempre sujo de barro
E quando eu ia às "gatas"
Literalmente voltava de gatas...
Andava à chuva e ao vento,
Não sabia onde ir comer,
Mas estava no meu elemento,
E tinha que me defender.
Mas entretanto fiz um amigo,
Um humano chamado Tó.
Ele é muito bom comigo
E agora não estou mais só.
Tenho quem me trate as feridas,
Me acolhe, recolhe e dá carinho,
Sempre me dá boas comidas,
E até me chama de Pipinho.
Gosta de me lavar a cara,
Nos olhos me coloca gotas...
Ele é a coisa mais rara
E se farta de me tirar fotos.
Acho que um dia quando ele se for
Embora... eu vou sentir saudade
Pois como humano ele é um amor,
E me devolveu minha dignidade.
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